BONS E VELHOS TEMPOS DO FUTEBOL AMADOR E PROFISSIONAL EM ITUMBIARA

Opinião

BONS E VELHOS TEMPOS DO FUTEBOL AMADOR E PROFISSIONAL EM ITUMBIARA
BONS E VELHOS TEMPOS DO FUTEBOL AMADOR E PROFISSIONAL EM ITUMBIARA (Foto: Reprodução)

O sexagenário futebol profissional e o cinquentenário futebol amador de Itumbiara organizado pela Liga Esportiva, hoje vivem de memórias. 


Lá pelos idos de 1965, o Goiás de Itumbiara com sua cor predominante azul, inaugurava seu campo, o Estádio Onofre Ferreira de Cubas e teria vida curta até a fusão com o Nacional em 1970 para fazer surgir o Itumbiara Esporte Clube, o Tricolor do Vale. Mais velho, o Nacional de cor vermelha tinha nascido em 1952 e jogava no seu Estádio Paranaíba, onde foi tricampeão da segunda divisão em Goiás, em 1967, 1981 e 1983. O Gigante da Divisa de Goiás com Minas Gerais, foi glorioso na década de 1970 e ganhou até um majestoso campo, o Estádio JK. Revelou craques na década de 1980 como Péricles, Odair Tito e tantos outros, disputou até a primeira divisão do brasileiro em 1979 e teve seu ciclo de decadência da década de 1990 e início no novo século XXI. Ressurgiu após 2007 e teve a maior glória com o título de campeão goiano em 2008 da primeira divisão. Primeiro e único da história do futebol profissional em Itumbiara. O Real Clube nasceu em 1998 e disputou o profissional até 2004, quando se transformou em empresa e não teve mais recursos para disputar as competições profissionais. Voltou em 2014 na base e hoje luta para construir uma história bonita também no futebol profissional de Itumbiara.

Passados quase 60 anos das disputas profissionais dos quatro clubes nascidos em Itumbiara, O Nacional ainda existe com patrimônio e como empresa, mas o Estádio Paranaíba que era de sua propriedade, não existe mais. Não tem nem base nem time profissional, mas existe como pessoal jurídica, com poucos torcedores saudosistas. O Goiás de Itumbiara, deixou de existir como time profissional em 1970, quando surgiu o Itumbiara e seu campo, o Estádio Onofre Ferreira de Cubas, ainda tem parte que foi cedida ao município. Perdeu suas características originais, ficou sem portaria e parte é usada para outros fins, que não o futebol, mas ainda existe para disputas amadoras. O Itumbiara existiu como associação até 2022, quando foi transformado em uma sociedade empresarial. Tem dificuldades para treinar e jogar as competições oficiais da Federação Goiana de Futebol e perambula por cidades vizinhas como Buriti Alegre e Bom Jesus, mas depois de uma pausa de jogos no Estádio JK, voltou a se apresentar neste ano de 2024. Entre mais quedas do que acessos desde 2019, sonha com uma grande investidor para voltar aos tempos de glória. O patrimônio é a marca e a torcida. O Real Clube segue lutando para também construir seu patrimônio e quem sabe, voltar também a disputar competições profissionais. Vai bem na base nas categorias sub-13, sub-15 e sub-17, mais carece também de ter sua própria estrutura de campos para jogos e treinamentos. Assim se pode resumir em poucas linhas, a história do futebol profissional em Itumbiara, que sempre reuniu grandes paixões com grandes disputas, seja dos tempos de Goiás e Nacional, seja dos tempos das grandes rivalidades de Itumbiara contra Goiatuba, que não existem mais. Sobre o presente, é de campos vazios e de uma torcida descrente, que não enche mais, nem as mil cadeiras cativas do Estádio JK. É possível mudar a história para melhor. Sim, o próprio Itumbiara já mostrou no passado e o Goiatuba, o maior rival, mostra no presente.

Sobre o futebol amador, que também já teve grandes glórias e grandes times, como invencível Tiradentes do “Alemão”, desportista já falecido que jogou no Nacional de Itumbiara, vive ciclo parecido com o futebol profissional. Os campos oficiais foram acabando. Começou com o Estádio Paranaíba, os dois campos do Clube do 50 e os que surgiram, não têm dimensões e estruturas para a prática do bom futebol, como os dois campos do Centro Esportivo que seria uma Vila Olímpica. Outros campos estão nascendo, mas com dimensões reduzidas. A liga de futebol, filiada a Federação Goiana de Futebol, nunca conseguiu construir um patrimônio, como outras ligas de futebol, como a de Uberlândia, que tem até centro esportivo. A liga de Itumbiara que completa 50 anos em 2025, ainda não tem sede e depende das disponibilidades da estrutura do município para organizar suas competições. O principal torneio que define o campeão amador da cidade, ficou reduzido em clubes, de doze para oito e o calendário é pouco mais de dois meses no ano. Assim vai encerrar no próximo final de semana, a atual temporada e quando será conhecido o campeão do futebol amador de Itumbiara. Assim como no profissional, o Amador tem uma história gloriosa e um presente de dificuldades. Vai melhorar? Aí passa por um exercício difícil de futurologia, que não faz parte deste artigo.

Enfim, o futebol é ainda uma grande paixão dos torcedores em Itumbiara, assim como é no Brasil e na maioria dos países no mundo. E sempre passa por estes ciclos de glórias e decadências. É torcer que esteja próximo o fim dos tempos ingloriosos nos campos de futebol em Itumbiara.

Nilson Freire, é advogado

É mestre em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade de Coimbra em Portugal e também em História pela PUC-GO. Foi campeão como jogador, técnico e presidente do Amador em Itumbiara e também foi diretor e conselheiro do Itumbiara Esporte Clube.


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